Quando subi no ônibus
Quando subi no ônibus, mal pude crer no que vi, não era algo
que se vê todo dia, estava lá, comportadamente procurando um lugar para sentar,
entre os corredores, enquanto contava o cobrador contava o troco. Pelo que
parecia, todos estavam achando aquilo esquisito também, não conseguia ver seu
rosto, nem seus detalhes, mas entre as pessoas, os corredores, ele se
destacava, com um chapéu elegante, e aparentemente com um terno, ele se sentou,
na ultima fileira do onibus, na cadeira da esquerda, todos tentavam ver seu
rosto, mas era impossível, ele exibia uma luz, ele brilhava, se destacando
naturalmente em todo o ônibus, e todos que estavam acordados, queriam ver seu
rosto, mas não conseguiram.
Um tempo se passou, e todos desistiram, mas eu continuei, e
percebi, que ele carregava varias malas, um celular e uma carteira “gorda”,
passaram vários pontos, o meu era o ultimo, e todos que entravam já não
reparavam mais nele, parecia agora, que o destaque daquele homem, era apenas
para mim.
Chegamos no próximo ponto, havia agora poucos passageiros no ônibus,
que não reparavam nele, o homem se levantou, o ônibus parou, e estava saindo
seu suas coisas, ao descer o ultimo degrau, eu gritei.
- Ei! Suas coisas, você não vai levar?
O homem hesitou, virou metade do rosto, e foi embora sem
dizer nada.
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